Feb 13, 2009

O MARKETING POLÍTICO

Argumento Pós- graduação
Curso: Gestão Pública
Profº : Amilton Copertino
Disciplina: Marketing Político
Aluna: Mônica de Mello Marback
Data: 14 de fevereiro de 2009

Um pouco de marketing político segundo poeta e antropólogo Antonio Risério, teórico e estudioso do assunto. Ele já esteve engajado em algumas campanhas políticas - entre elas, duas campanhas presidenciais vitoriosas -, justamente no núcleo de marketing e criação. Nunca deixou de ler alguns textos sobre o tema, de pensar a respeito do que estava fazendo e, sobretudo, de conversar e discutir com os companheiros de viagem. A seguir listarei algumas anotações do Antonio Risério sobre o assunto.

A expressão "marketing político", até onde ele sabe, é moderna, contemporânea. Há quem não goste dos termos. E mesmo quem não goste de ser chamado de marqueteiro. Originalmente, a expressão "marketing" indica a ação de comprar ou vender nas feiras. De atuar no mercado. Sociologicamente, ele não ver maiores problemas. Talvez fosse mais correto falar de um "marketing de bens simbólicos" (religiosos, ideológicos, etc.), em cujo espaço existiria o marketing político. Porque este é uma estruturação empresarial para realizar intervenções, através dos meios de comunicação de massa, no "mercado de bens simbólicos", para lembrar, livremente, uma expressão de Pierre Bourdieu.
Diversamente do que muitos costumam pensar, a propaganda política não nasceu hoje de manhã. Há quem fale de propaganda, de marketing, com relação às estratégias de consagração e dominação dos faraós, incluindo aí, evidentemente, as célebres pirâmides egípcias. Em "Uma História Social da Mídia", Asa Briggs e Peter Burke tratam imagens, especialmente estátuas, como uma "importante forma de comunicação e mesmo de propaganda no mundo antigo, sobretudo em Roma na era de Augusto". Mas: "Para os cristãos, as imagens eram tanto um meio de transmitir informação como de persuasão".
Outra destacada forma de comunicação estaria nos grandes rituais. "Rituais elaborados e teatrais - como a coroação de reis e a homenagem de vassalos ajoelhados em frente a seus superiores sentados - demonstravam para quem via a cena que havia ocorrido um evento importante... O rito, e seu forte componente visual, era uma forma superior de publicidade, e ainda seria na idade dos eventos televisuais, como a coroação da rainha Elizabeth II". Mais adiante, a "Marselhesa" não teria sido o jingle da Revolução Francesa? Dessa perspectiva, o marketing que temos hoje é a forma histórica que a propaganda política assumiu em nossa época, com suas linguagens e tecnologias específicas - a propaganda política moderna, contemporânea.
Etimologias são sempre reveladoras. E um bom ponto de partida para abordar muitos assuntos. A palavra "propaganda" pertence à língua latina (não ao latim popular, "sermo vulgaris", mas ao latim eclesiástico), forma do verbo "propagare", que significa multiplicar, propagar, aumentar, engradecer. No "Dicionário Houaiss", no verbete destinado ao vocábulo, há uma referência à "Congregatio de Propaganda Fide" - Congregação para Propaganda da Fé -, criado pelo para Gregório XV, em 1622. Era um colegiado de cardeais encarregado de definir meios e modos de difusão do Evangelho. O que significa que, desde o início, a palavra "propaganda" teve o sentido de convencimento e conversão. De incutir uma crença ou um ideário na alma alheia. De fazer a cabeça dos outros. O objetivo da propaganda (religiosa, política) sempre foi o mesmo, em todos os tempos, lugares, sociedades e culturas: influenciar e, se possível, conduzir o pensamento e o comportamento das pessoas.
Sobre o marketing e a propaganda modernos, contemporâneos, parece haver um consenso entre os estudiosos. Esta forma histórica teria se configurado na primeira metade do século 20. Na extrema esquerda, com os bolcheviques, com Lênin e Trotski. Na extrema direita, com os nazistas, com Hitler e Goebbels.
O comunismo sempre se empenhou fortemente com a propaganda, com o "propagare" de sua fé. Tanto Marx quanto seu amigo e associado Friedrich Engels... consideravam importante o poder da mídia impressa e escreviam para jornais... Eram ambos fervorosos comunicadores". Marx ia de um extremo a outro. Tanto podia produzir uma obra praticamente impenetrável, como "O Capital", quanto textos curtos e diretos.
Além disso, o marxismo sempre soube ser sintético e slogamático - o que é fundamental em propaganda -, fazendo circular frases de efeito que resumiam o credo à perfeição. E ainda hoje poderiam ser impressas num "out-door". Os bolcheviques mandaram ver nessa direção. Produziam slogans sonoros e vastas campanhas publicitárias, acionando toda a mídia disponível, para cobrir os quatro cantos do que era então a União Soviética.
Maiakovski e outros artistas participavam dessas campanhas. E entendiam muito bem a linguagem da propaganda. Em "Agitação e Propaganda" um pequeno texto de 1923, atacando a linguagem pesada e burocrática da propaganda oficial russa, Maiakovski, com o exagero de sempre, escreveu: "Oficialmente, já nos ocupamos de publicidade... Mas como tudo isto é inepto!... É preciso chamar e anunciar, de tal modo que os aleijados se curem no mesmo instante e corram para comprar, vender, olhar!... Na URSS, tudo deve atuar no sentido do bem-estar do proletário. Pensem na publicidade!".
Tínha-se, então, as máquinas de propaganda dos bolcheviques e dos nazistas. A transmissão radiofônica era uma das armas centrais. O nazismo promovia espetáculos visuais formidáveis. Era a teatralização total, a estetização extrema da política. Do lado de cá do Atlântico, embora bem menos espetaculares, as coisas também aconteciam. Roosevelt usava o rádio de modo, digamos, "cool", dirigindo-se às pessoas como se estivesse presente em suas casas. E Getúlio acionava a engrenagem publicitária do Estado Novo. Mas essa é uma outra história - a da propaganda política no Brasil.
Para encerrar, Risério diz três coisas, todas sobre política. Primeiro, lembrar o Norman O. Brown do "Closing Time", quando ele diz que as formas da política são as formas do teatro. Fazer política é, também, encenar, representar. Segundo, que a política, assim como o cangaço ou a máfia, tem uma ética própria. E, terceiro, que podemos e devemos falar de "transparência", para que tenhamos o máximo possível dela. Mas que não devemos ser ingênuos. E nos esquecer de que o segredo é elemento central da essência do poder. No candomblé, na Casa Branca, no Vaticano ou em nosso Planalto.
O MARKETING POLÍTICO
O que é Marketing Político? É o segmento específico dentro da Comunicação mercadológica voltada para o ambiente político que visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato a um cargo público no período eleitoral através de propostas e projetos.
O Marketing Político vem se consolidando cada vez mais como peça fundamental no processo eleitoral.
É impossível pensar em eleições nos dias de hoje sem pensar numa estrutura de marketing atuando em todos os segmentos do eleitorado. Propaganda eleitoral deixou de ser apenas o ato de imprimir alguns milhares de folhetos coloridos e pichar os muros da cidade com o nome do candidato. As campanhas eleitorais deixaram de ser intuitivas e se tornaram racionais os palpites gratuitos cederam lugar a pesquisa, os temas principais com determinadas palavras de ordem aparentemente corretas, mas aleatórias agora tem origem de slogans com conceito e estratégia. Enfim, a propaganda política deixou para trás o amadorismo para se tornar profissional.
Comparando com campanhas de produtos e serviços, de uma lado está o produto/serviço, do outro o mercado consumidor. Na campanha eleitoral de um lado o candidato e do outro os eleitores.
Existem alguns requisitos básicos para o sucesso de uma campanha eleitoral:
1- A existência de planos estratégicos, de orientação geral e detalhamento de atividades, tempo e recursos;
2- A existência de mão-de-obra especializada em propaganda;
3- A existência de um monitoramento durante o processo.
Marketing Político são todos os recursos utilizados na troca de benefícios entre candidatos e eleitores. Esses benefícios no sentido candidato-eleitores seriam essencialmente as promessas, as vantagens do candidato e a sua linha de comunicação. No sentido oposto, ou seja, eleitores-candidatos são os votos e as informações necessárias para obtê-los.
Alguns elementos compõem o quadro de planejamento de uma campanha de marketing político:
1- O meio ambiente em que se realiza a campanha eleitoral e que vai proporcionar oportunidades e ameaças ao sucesso de um candidato;
2- A administração da campanha eleitoral, que é a sua principal força de vendas formada pelo próprio candidato, o seu partido político e os grupos de interesse alinhados com a sua candidatura;
3- O conceito de produto que é a filosofia política do candidato, a escolha de temas. Além da formulação e da adoção de um estilo pessoal que conserve e amplie suas qualidades;
4- Canais de comunicação e distribuição que envolve decisões e ações a respeito da utilização de mídia de massa e seletivas aparições voluntárias, auxílio voluntário e partidário;
5- Segmentos de eleitores diferenciados;
6- Acompanhamento e revisão contínua e sistemática de resultados que impliquem em reorientação da campanha.
Além dos eleitores propriamente ditos há outros grupos que precisam ser estimulados tais como: o partido político, os contribuintes de campanha eleitoral e os grupos de interesse alinhados à candidatura. Para isso a Assessoria Política da campanha deverá canalizar de maneira adequada o seu potencial em função das necessidades imediatas.
É preciso citar os componentes do marketing político que bem trabalhados, com dinâmica e eficiência tende a se obter o sucesso, são eles: A pesquisa de mercado, o conceito e a estratégia do candidato, as estratégias de comunicação e o trabalho voluntário.
Em marketing político, a comunicação é como uma droga. Em doses adequadas é medicamento, em doses elevadas é veneno fatal. É necessário comunicar, mas pior do que não fazer publicidade é fazê-la em demasia. Tomar a palavra a todo momento banaliza a imagem do político. É preciso saber o momento certo e falar com muita moderação. O segredo da boa comunicação está nos detalhes que empregamos a ela e na moderação que aplicamos em nós mesmos.

No Brasil, é entre as décadas de 80 e 90 (coincidindo com a volta de eleições diretas para cargos majoritários e o horário gratuito de TV) que se expandem “as novas regras para o fazer político apoiados em um saber que lhe é precedente, o marketing comercial ou publicitário, mas que exige um esforço de adequação às peculiaridades do produto (a política) e o conhecimento das nuanças de um mercado onde o que se oferece e se consome são imagens e não bens materiais” (Carvalho, 1999).
Rego (1985), afirma que “a tarefa principal do político é atender às necessidades de seus eleitores, de acordo com a plataforma de seu partido e os anseios gerais da sociedade” e que o marketing político é o “esforço planejado para se cultivar a atenção, o interesse e a preferência de um mercado de eleitores” sendo, neste caso, “o caminho indicado e seguro para o sucesso de quem deseja entrar na política” (Rego, 1985). Para tal, ele apresenta 24 lições, instruções e reflexões para facilitar a campanha de candidatos.
Sobre o documentário Fahrenheit - 11 de setembro

Fahrenheit 11 de setembro é um documentário que mostra uma dura análise da administração do governo Bush após os trágicos eventos de 11 de setembro, feita pelo cineasta ganhador do Oscar Michael Moore. Com seu humor característico e obstinado compromisso de revelar os fatos, Moore contempla a presidência de George W. Bush e onde ela está nos levando. Ele olha como - e porque - Bush e seus conhecidos evitaram associar o 11 de setembro aos Sauditas, ignorando o fato de que 15 dos 19 seqüestradores eram Sauditas e de que foi dinheiro saudita que fundou a Al Qaeda. "Fahrenheit 11 de setembro" mostra uma nação mantida em medo constante por alertas do FBI e passiva diante de uma nova legislação, o "Patriot Act" (ato patriótico), que infringe direitos civis básicos. É nesta atmosfera de confusão, suspeita e terror que a administração Bush fez sua abrupta guerra rumo ao Iraque - e "Fahrenheit 11 de setembro" nos leva dentro desta guerra, para contar histórias exclusivas, ilustrando o cruel custo de vidas de soldados norte-americanos e de suas famílias."
Expõe claramente os motivos e as terríveis conseqüências dos atentados de 11 de setembro de 2001 e o possível vínculo estabelecido entre George W. Bush e Osama Bin Laden. Conseqüências essas mais sofridas pelos povos do Afeganistão e do Iraque.


















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Rejane Vasconcelos Accioly de. Transição Democrática Brasileira e Padrão Midiático, Publicitário da Política. Campinas-Fortaleza, Pontes/UFCE, 1999.
FIGUEIREDO, Rubens. O que é marketing político. São Paulo: Brasiliense, 1994 (Coleção primeiros passos, v. 289).
PALMEIRA, Sidrônio. Entrevista. In: GALO, Marcelino. Novos ventos baianos: caminhos e desafios das forças políticas que governam o estado. São Paulo: Caros amigos, 2007.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Marketing político governamental. São Paulo, Summus, 1985.
TAVARES, Alfredo. Entrevista. In: GALO, Marcelino. Novos ventos baianos: caminhos e desafios das forças políticas que governam o estado. São Paulo: Caros amigos, 2007.

Sites:
http://www.assessoriapolitica.com/mostra_artigo.asp?id=17
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1370771-EI6608,00-Um+pouco+de+marketing+politico.html








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